Eu era um verso, uma flor, a luz cansada e sincera que se ergue transparente e luminosa como um coração de água no interior da tua voz. Eu tinha medo, tinha a estranha timidez das pombas que se me achegam devagar quando atravesso sorrindo a Praça da Quintana. Era eu a forma intensa da comoção. Tremia. Tinha medo da beleza dos teus olhos. Eu tocava em cada instante a ligação extrema entre nós. Cego de luz, caminhei até encontrar-me contigo sem saber que tu estiveras sempre no meu interior. Desconhecia a intensidade dos teus dedos, mas sempre sonhara com eles. Estava lá. Abraçava a tua ausência esperando a tua voz. Eras bonita como uma mulher terrestre, linda como a forma dos teus joelhos, intensa, luminosa, sincera.
Eu amava a forma de enlearmos os nossos dedos. Adorei que me pedisses que te beijasse devagar.
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