dimarts, 13 de febrer del 2007

Como falar no silêncio?

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Mas se há qualquer cousa a tremer deste lado da vida, esse é o silêncio multiplicado em pardais que fogem da chuva. Lembro-me então de tocar a chuva, de não ter medo, de não ter solidão, nem violência. Como posso lembrar-me da minha pele acarinhada?

E tocar toda a distância.

E combinar contigo no vento, quem quer que sejas, onde quer que estejas.

Aí, do outro lado do abismo, estas palavras talvez façam todo o sentido se tu fazes delas água de Lua, água de vento, água de sorrisos.

Como sangram os meus dedos..., como estouram os pardais..., como uma ilha se desintegra...

Talvez porque toda a violência do Mundo cresce fruto da distância. E o meu peito cheio de aves, de ursos, de agulhas, de silêncio. E o meu peito em forma de poema fala em várias línguas, em vários sussurros.

Eu nunca imaginei esta luz que não pedi. Não pedi nunca esta água que brota interminavelmente. Nunca esta flor de trinta pétalas. Não mil gargantas sucessivamente perfeitas, sucessivamente marítimas.

Como? Quando? Porquê? Para mim é indiferente. Não preciso de perguntas, não preciso de respostas. Só. Há. Em forma de sonho ilimitado.

Ocultar o tempo das feridas no lugar onde amor se multiplica.

Sempre. Onde a vida nos convoca.

4 comentaris:

  1. O amigo dos pardais parece escrever hoje poesia da violência, mas, com efeito, a rejeitar tal violência. Mostra aos que querem ver o seu caminho, o que ele elege livremente. Qualquer um poderia ter escolhido qualquer outro, mas o resultado, aquilo que, no fundo, faz com que a nossa vida seja de um ou de outro modo, aquele resultado que se resolve com independência das volições simples, sem meios postos ao fim, sem pontes tendidas à meta, e para o qual é necessário sempre, sempre, dispor o próprio roteiro, aquele resultado, como disse, irá ser unicamente decidido por quem o viva, por quem o livremente constitua. Parabéns, amigo Xavier, pela escrita corajosa, pela palavra destemida que se demonstra sem medo à interdição.

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  2. Onde a vida nos convoca e não nos mente. Onde pervagamos atravessados pelo seu fogo libertador, confiantes na sua voz inconfundível lá dentro.
    Parabéns por toda a força que descobres, amigo, no fundo da palavra e do infinito presente.

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