dissabte, 1 de desembre del 2007

Declaração de princípios antifascistas

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Contra os violentos, contra os que vêem inimigos em toda a parte, contra os que temem a verdade e nunca conseguirão ser felizes porque apenas perseguem a sensação da alegria, a química fugaz que ao desaparecer frustra mais e mais e apodrece os corações, contra os que pervertem o significado das palavras ou procuram reconhecimento mediante orgulho e vaidade, contra eles e elas o idioma da vida foi e vai e irá tecendo o inexorável fio do silêncio. Contra eles e elas, contra a estirpe dos doentes de coração e cabeça, a vida tece paralela a flor da felicidade que nunca os atingirá.

Contra os que vivem uma alegria de ir e vir à procura do prazer esquecendo o sentido da vida, contra a alegria como uma ideia como um pensamento ao que atar-se, contra os que fogem da luz, da verdade, a procurarem uma palavra idolatrando sensações sem visão, flores sem pétalas, contra o tecido do horror que constroem as assassinas, os assassinos, contra toda essa loucura inconsciente, pouco a pouco, fui escrevendo em mim um poema sem forma, uma linguagem aberta à visão, uma maneira de simplesmente deixar com que a vida crescesse no meu interior, sabendo que dentro e fora são uma mesma cousa.

Contra a mentira incessante, contra a loucura multiplicada, contra os rostos em infinita sucessão, contra a barbárie que causa dor morte violência, apenas um sorriso de criança poderá servir de visão infinita da vida.

4 comentaris:

  1. Contra esse imenso e terrível poder que o Xavier bem descreve há uma linha que nasce em cada um e chega até o infinito. Radicar nela a vida é a melhor maneira de ser e estar: a escolha é de cada quem, como também o são os frutos e a capacidade germinadora destes, talvez o mais importante.
    Saúde e Poesia.

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  2. Permíteme Xavier facer uso dunha poesía que amosa principios antifascistas:
    De súpeto despertei
    no último llanto…
    Cando a tormenta
    arreciaba na profunda noite,
    quedando mudo, cego
    e xordo,
    entre as paredes negras
    da ignorancia.
    Mentres miles de buitres
    planexaban,
    cómo malos augurios,
    mensaxeiros dunha noite escura.
    Reventando as luces do amencer.
    Morrendo os fillos do pobo nas cloacas.
    "A PALABRA É A QUE NOS FAI CEIVES.
    NON A AMORDACES"

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  3. Ramiro, obrigado polas palavras com que acompanhas os meus dias. A linha de que falas nasce em nós para atingir o infinito, que está no nosso interior e à nossa volta, à espera simplesmente de que nós o observemos. Da observação do infinito que há em nós poderá nascer a calma e o amor, reflexos do próprio infinito. De facto, na observação existe compreensão, equilíbrio, liberdade, luz.

    Não existe sentido para a vida porque a vida mesma é o seu sentido, a totalidade do eu. Procurar-lhe sentido à vida é negar o sentido da própria vida. Só se procura sentido à vida quando não se vive, quando não se percebe a verdade que a vida é, o seu fluir permanente e a sua constante e perpétua mudança.

    Nas minhas palavras há uma crítica radical, contundente, precisa, da barbárie presente não apenas em actos claramente horríveis, nessas realidades que vemos e revemos quer no écran dos televisores, quer no écran dos computadores, nas fotografias dos jornais, etc. Há um enorme fascismo em actos quotidianos em muitas relações pessoais, na hipocrisia e na mentira que eu denuncio. Não falo apenas nas relações de um/a para com "o/a outro/a", mas também na relação que um/a pode manter consigo mesmo/a, que é na realidade a relação que mantemos com os/as demais. Existe um enorme egoísmo na procura da felicidade através do prazer, uma enorme sombra na comodidade vaidosa que esquece o/a outro/a que eu sou, o/a outro/a que nós somos. Há um enorme fascismo na atitude cómoda que permite a morte e que provoca dor. A inconsciência, esse enorme perigo, deambula nos olhos fechados dos cegos de coração e loucos de cabeça que aparentam a fragilidade das sombras e que moram nas próprias sombras à espera do nada que os engula e digira, perdidos/as no interior da loucura. Eles, elas, geram o fascismo, a fome, o assassinato mundial que continuamente trabalha na máquina do ódio capitalista e voraz. Cada acto, cada elo, cada movimento, cada acção tem um enorme eco em cada um/a de nós. Somos responsáveis polos nossos actos e pola nossa indolência, pola nossa preguiça. Só os cegos de cabeça não se responsabilizam polas suas próprias vidas e polos próprios actos. Só os cegos de coração são capazes de permitir o assassinato do pai ou da mãe de uma criancinha, só os hipócritas e os fascistas são capazes de permitir a morte e o assassinato do amor.

    Contra toda essa loucura crescente ainda temos a vida, sempre a teremos, sempre a sua verdade perene e simples, sempre a nossa capacidade para sorrir independentemente do medo que o fascismo tenha ou do seu rosto de mil máscaras.

    Contra toda forma de fascismo um sorriso sincero é mais do que suficiente. A vida bem vale a pena.

    Um abraço e um sorriso carinhosos, isto é, um abraço e um sorriso antifascistas.

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  4. Pois, Marisol, a palavra é uma forma de conhecimento e de sabedoria. Provém da própria luz e, portanto, ilumina. A palavra precisa de calma, de silêncio, de observação, para não ficar mergulhada sob a vertigem inconsciente do medo ou do orgulho, sementes do fascismo. Portanto, quando a trovoada alague a escuridão da noite e multidões de abutres estejam a olhar para nós, nós manteremos em calma as nossas palavras para que a própria palavra da vida cresça no nosso interior, porque a verdade permanece no silêncio e no silêncio a verdade espalha a sua dimensão simples e sincera.

    Por isso, rebentando as luzes do amanhecer, os filhos da madrugada pronunciarão em silêncio a verdade, libertando o sentido da vida.

    Um abraço antifascista e um carinhoso sorriso.

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