Música: ''Andare'' de Ludovico Einaudi
Ninguém quer regressar. Apercebemo-nos da chuva e do silêncio ao ritmo em que os ponteiros ficam parados na mesma hora, no mesmo minuto, no mesmo segundo eterno. Nada traduz o espaço que nunca há, a lágrima pendurada do orgasmo intermitente da vida. Tiquetaque do amor no coração dos dias cinzentos. Contudo, delicadamente passa uma mulher linda de dedo a dedo, caminhando sem tristeza nem sombra por uma rua tantas vezes silenciosa, tantas vezes oblíqua.
Tiquetaque. De coração a coração, como uma pomba livre.
Porque estes dias não poderiam ter sido senão a soma perfeita das palavras por ti pronunciadas, o milagre multiplicado das emoções e dos dedos que se aproximam corpo a corpo, pele a pele, sentindo lentamente a proximidade do amor. Por isso, devagarinho tu percebes a tua respiração inconstante, quando passas rapidamente polo contorno dos meus olhos. Nada é perene, não temas, digo eu, sentindo neste peito árvores iluminadas num jardim de outono, palavras impossíveis, sentindo ainda um baloiço estremecer-se no fundo da chávena desta cafetaria imensa onde entram crianças alegres e mães sorridentes a falarem num idioma que eu humildemente te ensino, para que digas amor, vem, vamos fazer a luz entre as sombras da noite.
Tiquetaque. De coração a coração, como uma pomba livre.
Porque estes dias não poderiam ter sido senão a soma perfeita das palavras por ti pronunciadas, o milagre multiplicado das emoções e dos dedos que se aproximam corpo a corpo, pele a pele, sentindo lentamente a proximidade do amor. Por isso, devagarinho tu percebes a tua respiração inconstante, quando passas rapidamente polo contorno dos meus olhos. Nada é perene, não temas, digo eu, sentindo neste peito árvores iluminadas num jardim de outono, palavras impossíveis, sentindo ainda um baloiço estremecer-se no fundo da chávena desta cafetaria imensa onde entram crianças alegres e mães sorridentes a falarem num idioma que eu humildemente te ensino, para que digas amor, vem, vamos fazer a luz entre as sombras da noite.
É a Vida a que fala polas tuas palavras, amigo. Obrigado por iluminares árvores, pássaros, direções, mentes. Obrigado
ResponEliminaXavier, Óscar:
ResponEliminaCom certeza a Vida fala sempre de coração a coração, infinitamente adentro de nós. Acompanha, pois, o nosso caminho, ou talvez o seja ela própria, com o seu esplendor sempre oculto a aguardar-nos, a nos descobrir como amantes eternos da sua luz.