dijous, 18 de desembre del 2008

Relação e processo, identidade e visão.

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''Silvia'' (Fotografia feita por Eugenia Otero)








Sentes o peso das cousas, do momento, sentes um silêncio prévio ao próprio silêncio, a palavra que calas, a maneira de observares qualquer cousa que se transcende quando tu simplesmente a observas, sem outro interesse que o próprio conhecimento, sem nada em troca, sem nenhuma contrapartida.

Podes olhar o presente, os objetos do tempo, a simplicidade do momento vivido, a verdade imanente do futuro contido aqui, agora, na parte da vida que levas nas mãos. Mas tu és mais: tu és o teu próprio olhar, a tua própria luz, a luz que não é tua, que és.

Acarinhada a tua voz polo silêncio, polas palavras que apenas o silêncio sabe pronunciar, acarinhado o teu cabelo pola luz com que o teu rosto interior retoma o voo que nunca deveu deixar, calas. Existem fadas e luzes na tua alma.

Agora retomas a solidão necessária que ensina a viver. Tu és o lugar da vida que diz um nome, o teu nome, em silêncio, e observas esse nome no resto dos nomes. Estás a olhar para ti. És bonita quando olhas para ti e calas, dizendo as palavras que nunca ninguém dirá.

Só tu sabes o que estás a pensar agora. Eu só sei que és este instante que passa, que perdura no tempo, enquanto te vejo olhando para ti e vejo como eu estou a olhar-te, enquanto eu também observo o meu próprio olhar e sinto passar a vida e sinto fluir a luz no túnel do tempo.

Por enquanto, faz frio e cai neve nas minhas mãos, como estas palavras caem nalgum lugar da minha voz para se fazerem um oco nos teus olhos.

Agora já sei que estou contigo. Porque o silêncio é o lugar onde todas as palavras existem.

2 comentaris:

  1. Amigo:
    Esta energia que vem do silêncio traz uma recordação de todo o universo a encher a luz e mudar a nossa existência num tempo, talvez, inferior a um segundo. Por isso, tudo o enormemente grande das nossas vidas acontece num ponto densificado em que atravessamos as redes que formam o nosso acontecer num movimento súbito, lançado à vertigem do nosso coração reconhecendo-se parte do Tudo.
    Talvez não possamos manifestar nada sobre isso, por ser infinitamente humano, quer dizer, universal, e seja melhor dirigir os nossos esforços aos movimentos prévios e posteriores a ele. De aí surge, quiçá, a melhor expressão poética, ou artística em geral, de que os humanos sejamos capazes.
    Mas sempre voltaremos desse lugar, deste lugar, em que pousamos a nossa existência como uma casa sobre um vulcão à espera da sua erupção no momento preciso, com mais luz no nosso ser e a serena constatação do sermos mais, muito mais, do que podemos imaginar.
    Feliz ano e saudações de coração.

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  2. "Porque o silencio é o lugar onde todas palavras existem." -> Linda constatação. Gostei muito de tua casa! Muito! O texto é lindo, muito lindo! Agradeço que o tenhas resgatado do silêncio!

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