Cartaz da manifestação ''Fraga Iribarne foi um fascista''
Sábado dia 21 de janeiro em Compostela terá lugar a manifestação "Fraga Iribarne foi um fascista" com saída da Alameda ao meio-dia. A manifestação está convocada por várias organizações soberanistas galegas como OLN, MpB, Ceivar, AMI, Ames na Esquerda, Candidatura do Povo, a Casa do Vento e o Centro Social Arredista, que manifestaram a sua disposição para a incorporação de mais coletivos.
Reproduz-se a seguir o manifesto que acompanha a convocatória:
Contra a tergiversação da nossa história
Fraga Iribarne foi um fascista
A Transição foi uma fraude contra o povo galego
A morte de Manuel Fraga Iribarne desatou umha operação de tergiversação histórica de dimensões monumentais. Por obra e graça de meios, partidos constitucionalistas e opinólogos, o máximo responsável da repressão em 1962-1969 e logo, em 1976, o assinante de execuções sumárias, o responsável político de assasinatos e arquitecto da fraude que para a maioria social galega foi a "Transição Democrática", aparece de súbito como um velho entranhável, um tanto brusco, mas, a fim de contas, "comprometido com a Galiza" e "lutador pela democracia". O engano histórico que consuma nestes dias é colosal e merece ser respondido nas ruas da Galiza.
O relato manipulado da história recente oculta, no entanto, que Fraga Iribarne morreu considerando que o Genocídio iniciado em 1936 fora "necessário" e que nunca respondeu pelas suas atividades e crimes à fronte do "Ministerio de Información" do fascismo. Oculta e manipula, também, que desde a sua responsabilidade como presidente da "Xunta de Galicia", submeteu o nosso País à destruição de todos os seus setores produtivos estratégicos, cumprindo as ordens de Madrid como bom "servidor de Espanha" que foi, produzindo desemprego, emigração e miséria para miles de galegas e galegos. O relato oficial silencia também que minorizou com grande sucesso a presença social da nossa língua, à vez que fazia gala de um galeguismo folclorista e que construiu um entramado de poder caciquil, institucional e empresarial confrontado com os direitos e necessidades da maioria social dos galegos e das galegas.
Por que todos repetem o mesmo?
A unanimidade do arco político e mediático que sustenta o Estado espanhol sobre Fraga Iribarne tem uma explicação lógica: o ex ministro fascista foi um dos desenhadores e executores de um dos experimentos de engenharia social mais exitosos dos últimos tempos: a Transiçãoespanhola. Sintetizando em extremo, esta operação permitiu passar de uma ditadura criminal a um regime formalmemte democrático sem remover os pilares fundamentais do sistema que se impunha a lume e fogo em 1936 e permitindo que criminosos como Fraga Iribarne ou Martín Villa se tornassem "democratas" sem assumirem as suas responsabilidades penais.
A Transição foi uma fraude contra o povo galego: manteve a dependência histórica, furtou o exercício do direito de autodeterminação e impus um regime autonómico gerido pelos mesmos que, anos antes, inçaram a Galiza de passeados, presos e torturadas. Os mesmos cães de sempre, agora, com outros coleiras, seriam os que construíssem esta suposta democracia.
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