
Há tempo, lugares, há este rio azul e a estrada infinita, há os meus olhos gastos, a rua vermelha, aquela árvore azul, o vento…, há as crianças alegres a passarem à minha beira, uma canção de amor, há as mulheres lindas, os homens despistados, há uma ria de estrelas, a praia, o leito onde se escondem os meus versos de Inverno, há um finíssimo fio de silenciosas lágrimas, o meu casaco velho, a caneta em que escrevo um poema, há aquele mar ao longe, o barco, estas gotas de chuva, há esta cafetaria no centro do mundo, este livro -uma antologia da poesia brasileira-, aquele moço e aquela moça que lá fora estão aos beijinhos. Há a solidão estranha com que a vida espera um sussurro. Há, contudo e sobretudo, uma pomba a voar.
Algures ela fala pronunciando o meu nome. Há rosas brancas no interior da sua voz.
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