O grande Cesariny... Quiçá os melhores poemas são os mais curtos, não achas? Como aquel maravilhoso de: "Ama como a estrada começa".
Segue a transmitir uma força solar em cada poema: privilégio dos grandes, dos que fazem explodir as paredes em que nos encerram(os) e deixam entrar nos nossos quartos a lava dos vulcões.
Não sei que dizer-te a respeito disso de que talvez os melhores poemas sejam os mais curtos. Acho que não é necessário que sejam curtos para serem "os melhores poemas". Eu é que adoro poemas longos bem feitos, bem estruturados, onde o porvir seja um rio, onde a palavra seja flor que se ergue até ao céu, onde essa flor seja a luz que ilumine a vida. Mas tenho que reconhecer que a intensidade dos poemas breves permanece no silêncio posterior ao seu enunciado e ecoa no interior desse silêncio. É portanto, o poema breve, uma ave luminosa no interior do silêncio, o eco absoluto do amor e da vida resistindo frente à morte na beleza azul do silêncio, pátria da necessária observação.
Adoro Mário Cesariny. Lembro mesmo esse "Ama como a estrada começa". De facto, é um dos versos que melhor lembro como muito outros de Mário Cesariny, juntamente com a poesia de Olga Novo, tão próxima da minha visão da vida e da poesia.
Saúde, amigo, e um abraço sincero com luz calorosa de Junho, já quase Verão.
Tens boa razão no da longitude dos poemas, meu. Quiçá a melhor maneira de valorar a qualidade do poema seja a intensidade que transmite, for de um verso ou de um milhar. O que si tenham, talvez, os poemas curtos seja uma maior densificação da expressão estética que permita uma, digamos, explosão retardada no nosso ser, em função das conexões que crie em nós em cada leitura. Bom, em todo caso, temos no próprio Mário Cesariny casos de poemas longos e curtos. O que si está claro é que os bons poemas se nos manifestam como torres luminosas desde as que aprofundar na corrente magnética que vem ser a vida, não é?.
Concordo com ambos: os poemas curtos, como em geral, as coisas curtas têm mais capacidade de permanência. Acho que não se trata desse tópico de residir a qualidade na brevidade, mas observo também que essa capacidade de impato costuma ser menor nos poemas longos, com independência de estarem bem estruturados, e poderem ser mesmo contundentes. Muitas vezes, o raio que nos sobrevoa num segundo (um segundo azul, de silêncio azul) é bem mais efetivo do que a tormenta anunciada pelo ruído e, até não há tanto, pela escuridão elétrica. Os poemas longos, a meu ver, estão mais na linha da tormenta, que também tem mais desenvolvimento; os poemas curtos, porém, parecem-me mais próprios do relâmpago. Temos é que notar, em qualquer caso, que não há categorias fechadas e que a metáfora da tormenta e o raio não têm neste caso qualquer conotação negativa.
Um abraço a ambos da parte do terceiro homem neste caderno. Por acaso o nosso desenvolvimento nestes comentários seja como o ruído que anuncia a chegada de um novo raio fulgente que tu trazes, Xavier.
O grande Cesariny...
ResponEliminaQuiçá os melhores poemas são os mais curtos, não achas? Como aquel maravilhoso de:
"Ama como a estrada começa".
Segue a transmitir uma força solar em cada poema: privilégio dos grandes, dos que fazem explodir as paredes em que nos encerram(os) e deixam entrar nos nossos quartos a lava dos vulcões.
Saúde, amigo.
Não sei que dizer-te a respeito disso de que talvez os melhores poemas sejam os mais curtos. Acho que não é necessário que sejam curtos para serem "os melhores poemas". Eu é que adoro poemas longos bem feitos, bem estruturados, onde o porvir seja um rio, onde a palavra seja flor que se ergue até ao céu, onde essa flor seja a luz que ilumine a vida. Mas tenho que reconhecer que a intensidade dos poemas breves permanece no silêncio posterior ao seu enunciado e ecoa no interior desse silêncio. É portanto, o poema breve, uma ave luminosa no interior do silêncio, o eco absoluto do amor e da vida resistindo frente à morte na beleza azul do silêncio, pátria da necessária observação.
ResponEliminaAdoro Mário Cesariny. Lembro mesmo esse "Ama como a estrada começa". De facto, é um dos versos que melhor lembro como muito outros de Mário Cesariny, juntamente com a poesia de Olga Novo, tão próxima da minha visão da vida e da poesia.
Saúde, amigo, e um abraço sincero com luz calorosa de Junho, já quase Verão.
Tens boa razão no da longitude dos poemas, meu. Quiçá a melhor maneira de valorar a qualidade do poema seja a intensidade que transmite, for de um verso ou de um milhar.
ResponEliminaO que si tenham, talvez, os poemas curtos seja uma maior densificação da expressão estética que permita uma, digamos, explosão retardada no nosso ser, em função das conexões que crie em nós em cada leitura.
Bom, em todo caso, temos no próprio Mário Cesariny casos de poemas longos e curtos. O que si está claro é que os bons poemas se nos manifestam como torres luminosas desde as que aprofundar na corrente magnética que vem ser a vida, não é?.
Concordo com ambos: os poemas curtos, como em geral, as coisas curtas têm mais capacidade de permanência. Acho que não se trata desse tópico de residir a qualidade na brevidade, mas observo também que essa capacidade de impato costuma ser menor nos poemas longos, com independência de estarem bem estruturados, e poderem ser mesmo contundentes. Muitas vezes, o raio que nos sobrevoa num segundo (um segundo azul, de silêncio azul) é bem mais efetivo do que a tormenta anunciada pelo ruído e, até não há tanto, pela escuridão elétrica. Os poemas longos, a meu ver, estão mais na linha da tormenta, que também tem mais desenvolvimento; os poemas curtos, porém, parecem-me mais próprios do relâmpago. Temos é que notar, em qualquer caso, que não há categorias fechadas e que a metáfora da tormenta e o raio não têm neste caso qualquer conotação negativa.
ResponEliminaUm abraço a ambos da parte do terceiro homem neste caderno. Por acaso o nosso desenvolvimento nestes comentários seja como o ruído que anuncia a chegada de um novo raio fulgente que tu trazes, Xavier.