esquece novembro, esquece mil bocas abertas em forma de girassóis.
podes também esquecer as pombas que nunca houve,
esquecer ainda
cifras de vento
atravessando um bosque
onde as palavras
são sempre
o lugar
do fim.
esquece mil vezes o instante que nunca esqueceste.
Fotografia original: ''Double Bubbles''.
Autor: Jeff Kubina.
Publicada sob licença Creative Commons.
Pos produção: X.V.F.
Noutra ocasião, eu diria que, assim como tudo é desejo e mistério, tudo também é olvido. Esquecer para lembrar é dinâmica que nos permite a saudade. "Somos el tiempo", como escrevera Borges relembrando Heráclito, e talvez por isso não possamos esquecer o instante, por somos o "sendo", enquanto a experiência da vida nos permitir este contínuo. Bravo! Belíssima poesia!
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